Poções

Por Jorge Augusto Alves da Silva

O povoamento do município de Poções e sua exploração pelo colonizador europeu datam da segunda metade do século XVIII, mais precisamente por volta de 1732, quando o coronel André da Rocha Pinto tomou rumo pelo Rio de Contas até o Rio Verde e a cabeceira do Rio São Mateus. A ocupação do território foi resultado do início de incursões bandeirantes pelo interior da colônia. O primeiro objetivo de tais incursões era descobrir ouro ou outros metais preciosos. Mais tarde, porém, houve a necessidade da fixação no solo, instalando-se ali fazendas, onde eram praticadas a pecuária bem como a agricultura de subsistência. A cultura do algodão também começou a ser praticada como forma de aproveitamento do solo e das condições propícias da região.

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A atuação das incursões aumentava o controle da coroa portuguesa na região ao mesmo tempo em que fazia surgir povoações ao longo do caminho percorrido pelos bandeirantes. Os núcleos habitacionais ali formados começaram, paulatinamente, a adquirir ares de urbanização, já que vilas e cidades tiveram suas origens em grandes pedaços de terra formados pela casa do fundador ou desbravador e o centro da religiosidade, a igreja dedicada ao santo padroeiro.

O imigrante europeu não foi o único habitante da região, antes dele ali esteve o verdadeiro dono da terra: o índio. Historiadores apontam que os índios mongoiós habitavam a região. Tais índios eram uma ramificação dos Camacãs do grupo Gê. Além dos mongoiós, há registros, esparsos, da presença de escravos vindos de Angola e Moçambique, bem como de negros nascidos no Brasil.

Como ocorreu em todo o solo brasileiro, os índios sofreram violência física e cultural dos portugueses que buscavam riquezas minerais e a posse de grandes propriedades de terra para a criação de gado. Os mongoiós eram agricultores, cultivando banana, milho e mandioca. Os trabalhos eram divididos por sexo, mas os bens advindos do trabalho eram distribuídos coletivamente.

Além do índio, há relatos da presença de negros na região de Poções. Em carta à Coroa Portuguesa, datada de 12 de agosto de 1780, Manuel da Cunha Menezes, ex-governador da Capitania da Bahia, afirma que João Gonçalves vivia em harmonia num rancho com 60 pessoas, entre elas seus agregados e escravos. Os escravos foram adquiridos a fim de poder praticar a pecuária. Outros documentos, incluindo inventários, relatam a origem dos escravos africanos que foram levados para a região, predominavam os de Angola e Moçambique.

Assim, o quadro social da região comportava brancos europeus (atraídos pela promessa do ouro) e brasileiros, índios, na sua maioria mongoiós e negros escravos, trazidos diretamente da África ou nascidos no Brasil.

O município de Poções de hoje faz limite com as cidades de Boa Nova, Nova Canaã, Iguaí e Bom Jesus da Serra. Possui uma área total de 966,3 km², ocupada por 44.152 habitantes, sendo que a maioria (31.753) mora na zona urbana, cabendo à zona rural 1/3 da população total (12.399). As mulheres são maioria no município. Dados censitários de 2000 registram 9.316 domicílios na sede e 3.506 na zona rural.

O ponto alto das festividades de Poções é a festa do Divino Espírito Santo, padroeiro da cidade. Nessa ocasião, são desenvolvidos desfiles de cavaleiros com bandeiras coloridas, representando grupos da região.

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Foto atual do Muncípio de Poções- BA

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